O grupo Euler Hermes indicou, esta segunda-feira, que a economia da China já está a operar a 75% da sua capacidade de produção, um mês depois da implementação das medidas de contenção do novo coronavírus (Covid-19), denotando “um ponto de viragem”.
De acordo com uma análise da Euler Hermes, um dos principais grupos mundiais de seguros de crédito, que é accionista da Cosec, este ponto de viragem “deverá traduzir-se num retorno gradual aos valores normais de produção até ao final de Abril”.
Apesar desta “nota optimista” sobre a produção, a análise do grupo refere também que o desempenho da economia chinesa “será condicionado por uma demora na recuperação da confiança dos consumidores”, já que sustenta, “os volumes de transações imobiliárias permanecem ainda 70% abaixo dos níveis normais”.
O impacto da Covid-19 “fica bastante abaixo do provocado pela crise de 2009″, quando, em apenas um mês, as exportações recuaram 26,5% e as importações caíram 43,1%
A análise, indica ainda que a ‘performance’ da economia da China dependerá ainda do “impacto que terão no comércio mundial as medidas de contenção” que têm vindo a ser tomadas por todo o mundo, à medida que a pandemia da Covid-19 avançar nos restantes países.
A Euler Hermes estima ainda que, só no primeiro trimestre deste ano, “as medidas de contenção tomadas por Pequim tenham impactado o Produto Interno Bruto (PIB) deste gigante económico em menos três pontos percentuais (pp) — mais de metade (-1,8 pp) ficaram a dever-se à quebra no consumo privado”.
Nos dois primeiros meses deste ano, o crescimento do comércio chinês foi “o mais baixo desde 2016″, as exportações caíram 17,2% e as importações 4%.
A análise refere que o impacto do surto da doença “fica bastante abaixo do provocado pela crise de 2009″, quando, no espaço de apenas um mês, as exportações recuaram 26,5% e as importações caíram 43,1%.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infectou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15 100 morreram.
Depois de surgir na China, em Dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir actualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 5 476 mortos em 59 138 casos. Segundo as autoridades italianas, 7 024 dos infectados já estão curados.
A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de Dezembro, conta com um total de 81 054 casos, tendo sido registados 3 261 mortes.
Os países mais afectados a seguir à Itália e à China são a Espanha, com 1 720 mortos em 28 572 infeções, o Irão, com 1 685 mortes num total de 22 638 casos, a França, com 674 mortes (16 018 casos), e os Estados Unidos, com 390 mortes (31 057 casos).
Vários países adoptaram medidas excepcionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.