A consultora Fitch Solutions considerou, ontem, que a perspectiva de evolução dos investimentos no sector do gás natural liquefeito em Moçambique “começa a perder brilho” devido à corrupção e abrandamento económico, que aumenta os ataques de militantes.
“A perspectiva de evolução dos investimentos em Moçambique começa a perder o seu brilho, com os escândalos de corrupção e as dificuldades económicas a contribuírem para aumentar os ataques militantes perto da bacia do Rovuma, num contexto de subida da actividade da construção”, lê-se numa nota de análise.
Na nota, com o título ‘Clima de Investimento no GNL de Moçambique começa a ficar negro’, enviada aos investidores e a que a Lusa teve acesso, escreve-se que “o aumento do número de ataques na província de Cabo Delgado aumenta o risco dos grandes investimentos no sector, com 2019 a mostrar uma subida significativa do número de ataques”.
Para a Fitch Solutions, esta não é uma situação decorrente da actual pandemia de coronavírus: “Mesmo antes dos impactos mundiais do Covid-19 e do colapso do acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), os ataques militantes no norte de Moçambique já tinham vindo a progredir desde 2017, e os ciclones do ano passado aumentam os desafios enfrentados pelo país”.
O problema, sublinham os analistas, é que com a descida do preço do petróleo e a perspectiva de manutenção dos preços baixos, os projectos ficam menos rentáveis, o que pode afectar as decisões finais de investimento que ainda não foram tomadas.