Cientistas do mundo inteiro estão a realizar testes clínicos com remédios que já existem para descobrir como tratar pacientes com coronavírus (Covid-19) em situação grave, sendo que há alguns sinais de avanços.
O presidente norte-americano, nesta quinta-feira (19), falou sobre dois desses remédios: “estamos a trabalhar para que o maior número de americanos tenha acesso a essas drogas”, disse Donald Trump.
O chefe da agência americana que regula remédios e alimentos explicou que a vantagem de usar um medicamento que já existe é ganhar tempo. Mas ele alertou que é preciso muita cautela. Stephen Hahn lembrou que há vários tipos de tratamentos que estão a ser avaliados, e disse ainda: “temos que dar o remédio certo na dose certa no momento certo para o paciente certo, para evitar que faça mais mal que bem”.
Pelo menos quatro remédios estão em teste: a hidroxicloroquina (ou cloroquina), usada principalmente contra a malária; kevzara, contra artrite; favipiravir, que é um antiviral; e remdesivir, criado para combater o vírus do ébola.
A cloroquina foi testada em um grupo muito pequeno em Marselha, na França, em 20 pacientes. O vírus desapareceu depois de seis dias.
O teste com o kevzara vai começar com pacientes em Nova Iorque e vai ser expandido para 16 lugares. A intenção é estudar a reacção em 400 pacientes em estado grave para entender o impacto na febre e falta de ar.
A China prometeu publicar, em breve, um estudo detalhado do uso do favipiravir, desenvolvido no Japão que, segundo médicos chineses, mostrou resultados promissores em 340 pacientes.
O Remdesivir salvou a vida de um paciente com a Covid-19 nos Estados Unidos, segundo o New England Journal of Medicine. Na Universidade de Nebraska, o médico brasileiro André Kalil lidera os testes com essa droga e espera ter um resultado preliminar nos próximos meses.
Apesar dos testes trazerem esperança, ainda é muito cedo para saber se esses remédios realmente serão eficazes no tratamento da pandemia. Os especialistas são unânimes no alerta de que a automedicação pode causar um problema ainda maior do que o próprio coronavírus.
“Se simplesmente as pessoas começarem a receber qualquer tipo de medicação, não só vai haver o risco de pessoas morrerem em função das drogas em vez de morrerem em função do vírus, mas também, no final do surto, nós não vamos saber o que funciona e o que não funciona”, explicou Kalil.