O jurista José Machicame diz que o arrastamento do caso ‘dívidas ocultas’ pode frustrar os moçambicanos, realçando que o processo contra o Credit Suisse tem a ver com a atitude dos seus ex-quadros na operação.
Segundo José Machicame, em princípio, é perfeitamente consequente e consistente que haja uma ampla investigação à volta do comportamento dos quadros do Credit Suisse e também do falhanço dos mecanismos de vigilância dentro do próprio Banco, porque, se calhar, ao nível do topo, pode não ter havido cumplicidade em toda esta acção, mas sim omissões e falhas que sejam imputáveis à instituição.
Machicame refere que as instituições bancárias, como quaisquer outras instituições, no âmbito da sua governação corporativa, têm que ter mecanismos de fiscalização e regras de controlo que possam proteger o Banco de danos da própria instituição e danos a terceiros”.
Os procuradores americanos que investigam o escândalo das dívidas ocultas acreditam ter evidências da culpabilidade do Banco Credit Suisse
Machicame explicou que “se essas falhas tiverem ocorrido e se forem falhas com relevância criminal, é natural que deem lugar a uma acção judicial e que possa culminar com a responsabilização do Banco”.
Para o jurista, é importante que toda a actuação do Banco seja averiguada para que terceiros possam confiar nos bancos.
Em Moçambique nada se sabe sobre o andamento dos processos das pessoas detidas no âmbito das dívidas ocultas, incluindo o antigo ministro das Finanças, Manuel Chang, o que, para o jurista, pode frustrar a expectativa de muitos moçambicanos.