Moçambique quer um “acordo comercial extraordinário” para fazer face a nova taxa de importação da amêndoa de caju adoptada pela Índia e que reduziu a quantidade do produto que era importada para o país asiático.
O aumento da taxa de importação de amêndoa [na Índia] teve um impacto negativo na indústria de processamento nacional, “reduzindo consideravelmente a quantidade de amêndoa de caju moçambicano que era comprada pelo país asiático”, lê-se num documento do Instituto de Fomento do Caju (Incaju) de Moçambique.
Em causa está o aumento da taxa de importação da amêndoa de caju de 45% para 70% imposta pelo Governo indiano em Julho de 2019, obrigando os que compram o produto de Moçambique a reduzirem as quantidades.
“A medida afecta maioritariamente o sector da amêndoa partida”, refere o documento do Incaju, acrescentando que a adopção de novas taxas pela Índia visava “proteger o mercado doméstico”.
Anualmente são produzidas no país cerca de 12 mil toneladas de amêndoas, das quais 4.500 representam “amêndoas partidas”
Por outro lado, Moçambique pretende investir no mercado local através da promoção do “multiuso” da amêndoa na indústria alimentar e de cosméticos, bem como identificar mercados alternativos para sua exportação, como a África do Sul, que já importa de Moçambique e que vários estudos apontam como um dos principais compradores do produto na região.
Dados da Associação dos Industriais do Caju (Aicaju) de Moçambique indicam que anualmente são produzidas no país cerca de 12 mil toneladas de amêndoas, das quais 4.500 representam “amêndoas partidas”.
Entre 2017 e 2019, o país arrecadou 116 milhões de dólares da exportação de mais de 80 mil toneladas de castanha bruta, das quais 76% eram destinadas à Índia, país que ocupa o primeiro lugar no ‘ranking’ mundial como maior consumidor de amêndoa de caju.
Além da Índia, os principais mercados são a Europa, os Estados Unidos, Vietname e Líbano.