Aepidemia de coronavírus e a guerra de preços do petróleo entre a Rússia e a Arábia Saudita, dois dos grandes produtores mundiais, estão a atirar as bolsas mundiais para o tapete. Os principais índices bolsistas registam perdas avultadas.
Wall Street interrompeu sessão de bolsa depois de o principal índice ter caído mais de 7% na abertura. Há várias sessões que a epidemia do novo coronavírus deixa a sua marca nas bolsas mundiais, levando a perdas significativas dos principais índices.
Agora, a guerra entre a Rússia e a Arábia Saudita por causa do preço do petróleo está a agravar os receios dos investidores, que estão a fugir das bolsas, levando os mercados a quedas significativas.
A guerra entre a Rússia e a Arábia Saudita por causa do preço do petróleo está a agravar os receios dos investidores
Esta segunda-feira, o caos fez-se sentir em Wall Street, com as transações na bolsa de Nova Iorque suspensas por 15 minutos depois de o índice S&P 500 ter registado, no início da sessão, uma queda de 7% devido ao pânico associado às consequências económicas do novo coronavírus.
No momento da interrupção, o índice Dow Jones Industrial Average recuava 7,29% e o Nasdaq, dominado pelo sector tecnológico, perdia 6,86%.
Em Lisboa, o PSI20 – o principal índice – desvaloriza 7,61% para os 4.316,48 pontos, com as 18 cotadas que compõe o índice no vermelho, embora, nos primeiros minutos da sessão, a queda fosse ainda mais acentuada, tendo sido superior a 8%. Entre os pesos pesados da praça lisboeta, as perdas são acentuadas. O BCP desce 9,68% para 12,78 cêntimos enquanto a Galp Energia está a recuperar um pouco da forte desvalorização registada ao início da manhã (-25%), caindo agora 15,54% para 9,696 euros por acção.
Entre as congéneres europeias, o cenário não é melhor. Em Paris, o CAC40 tomba 7,05%, em Londres, o Footsie perde 6,67%, o espanhol IBEX35 recua 7,22%. Na Ásia, o dia já tinha sido negro, com o japonês Nikkei a fechar a sessão com uma descida de 6,15% e o Topix a perder 6,07%.
Os preços do petróleo continuam a cair de forma significativa – recuando na casa de 20%
Se a epidemia de coronavírus, que chegou em força à Europa na última semana, já tinha agravado o nervosismo dos investidores, castigando as bolsas, penalizando vários sectores, sendo que o turismo e a aviação dos mais fustigados, a guerra entre a Arábia Saudita – o principal produtor mundial de petróleo – e a Rússia (um dos principais produtores mundiais mas que não integra a OPEP) veio agravar os receios. O resultado é uma segunda-feira negra nos mercados bolsistas.
Na última sexta-feira, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os seus aliados, onde se inclui a Rússia – grupo conhecido por OPEP+ – não conseguiu alcançar um acordo para cortar a produção mundial de petróleo, o que teria como efeito uma subida dos preços da matéria-prima, e responderia a uma quebra da procura devido ao coronavírus. Logo nesse dia, os preços de petróleo recuaram tanto em Nova Iorque como em Londres – o Brent do Mar do Norte, que serve de referência para Portugal.
Os preços do petróleo continuam a cair de forma significativa – recuando na casa de 20%. O Brent do Mar do Norte – negociado em Londres e que serve de referência para Portugal – negoceia nos 35,22 dólares por barril.