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Bolsa de Mercadorias de Moçambique e a Câmara de Comércio Árabe-Moçambique assinaram esta semana um memorando de entendimento que visa facilitar a divulgação dos produtos nacionais no mercado árabe.
O acesso ao mercado internacional continua a ser um “Calcanhar de Aquiles” para os produtores agrícolas moçambicanos. No entanto, no documento, a Bolsa de Mercadorias de Moçambique (BMM) compromete-se a garantir segurança, transparência e integridade na venda dos produtos moçambicanos aos países árabes, embora ainda reinem desafios, entre eles, a falta de capacidade para responder a procura de mercadorias.
“Sabemos que, neste momento, o país não consegue responder a demanda do mundo árabe. Só para dar um exemplo, no ano passado estava em Dubai, fui solicitada cerca de 50 mil toneladas de soja e 200 mil toneladas de milho amarelo e ainda 10 mil toneladas de gergelim, mas infelizmente, não conseguimos fornecer”, disse a Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Bolsa de Mercadorias de Moçambique.
Há necessidade de estabelecermos pequenas indústrias de agro-processamento para que os produtos tenham o sistema de segurança alimentar
Com cerca de um ano e meio de existência, a Câmara de Comércio Árabe-Moçambique espera que o memorado permita a Moçambique abastecer produtos aos mais de 20 países da liga árabe. Porém, além das quantidades a fornecer, há outros constrangimentos a ultrapassar, como por exemplo, a falta de certificados de origem electrónicos.
“Há necessidade de estabelecermos aquilo que chamamos de pequenas indústrias de agro-processamento porque os produtos não podem ir só assim como estão, é preciso que sejam empacotados, que tenham o sistema de segurança alimentar, é necessário que tenham certificações para que sejam competitivos”, referiu o representante da Câmara de Comércio Árabe-Moçambique. Esses são desafios que se esperam que o memorando de entendimento entre as partes, assinado na capital do país, venha ajudar a resolver.
Na ocasião, a PCA da bolsa de mercadorias de Moçambique revelou que cerca de 70% da produção nacional foi armazenada em silos para posterior venda, através da instituição pública.