A criação de um pequeno seguro de sementes disponível por telemóvel, que proteja um agricultor isolado do risco de as perder em inundações ou ciclones, é uma das ideias em que FSD Moç está a trabalhar no país.
Segundo o Financial Sector Deepening (FSD) Moçambique, um programa financiado pela Agência Sueca de Cooperação para promover a inclusão financeira, indica que o projecto de “micro” seguro para sementes é apenas um exemplo que poderá permitir a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.
De acordo com Esselina Macome, diretora executiva do FSD, o objectivo deste micro seguro que por sinal também encaixa-se na visão da organização para 2020, é avançar na discussão acerca dos pontos de acesso de inclusão financeira – balcões, contas bancárias – e avaliar “como estão a ser usados e como contribuem para melhorar vidas”.
O digital tem de estar em todas as nossas vertentes, não só pela facilidade de uso e eficiência, mas também porque o país tem uma densidade populacional baixa
“Toda a nossa intervenção estará muito focalizada no sector da agricultura”, tendo também em atenção “os impactos das mudanças climáticas”, sem esquecer o acesso a habitação de qualidade, “com dignidade e serviços básicos”, sublinha.
O retrato do país justifica-o: estima-se que cerca de metade da população moçambicana viva na pobreza e a maioria pratica agricultura para subsistência e obtenção de algum rendimento.
“Estaremos desta maneira a ligar toda a nossa actividade, fazendo a pergunta: até que ponto é que o que nós fazemos contribui para o alcance dos objetivos de desenvolvimento sustentável”, conjunto de metas universais estabelecidas pelas Nações Unidas, disse.
No exemplo do seguro de sementes, após auscultações já realizadas, o FSD trabalha agora com as seguradoras, que espera venham a desenvolver “produtos para ‘micro’ seguros inovadores e inclusivos” na área digital.
“O digital tem de estar em todas as nossas vertentes”, não só pela facilidade de uso e eficiência, mas também porque o país tem uma densidade populacional baixa.
“Não é possível ter um ponto de acesso a serviços em cada local onde há população. Terá de haver um ponto de acesso digital” para as ferramentas de inclusão financeira – o que tem levado o FSD a trabalhar com o regulador de telecomunicações e empresas tecnológicas financeiras (‘fintech’).