Tornar uma voz activa, quer no processo de inclusão financeira, tanto no diálogo com reguladores para ajudar a criar novas leis é o objectivo do lançamento hoje em Maputo da Associação das Fintechs de Moçambique, fruto da união de 12 empresas tecnológicas ligadas ao sector financeiro.
Pretende-se com a “Fintech.mz”, maximizar o processo da inclusão financeira através do uso das plataformas tecnológicas, segundo anunciou o presidente da direção, João Gaspar.
A venda de seguros através de plataformas móveis, a criação de sistemas de pagamento eletrónico (‘gateways’) que podem ser usados, por exemplo, por comércio online ou aplicações de transferências de dinheiro internacionais são algumas das áreas que as ‘fintech’ nacionais tem vindo a desenvolver.
Não basta ter mais pessoas com contas bancárias, é preciso fazer com que utilizem os sistemas digitais de pagamento
Entretanto, João Gaspar, sublinhou que o país conta actualmente com 16 empresas que estão a começar a trabalhar na área, quatro numa plataforma de ensaios (denominada no meio pelo termo inglês ‘sandbox’) criada pelo Banco de Moçambique, outras em nichos de mercado ou sob regime piloto, “em busca de escala e impulso”, descreveu João Gaspar.
Ainda assim, tendo em conta que a percentagem de população que tem conta bancária é ainda muito baixa, (entre 9% a 10% de um total de 28 milhões de habitantes, segundo dados hoje divulgados), João Gaspar defende que estas empresas devem assumir especial importância.
“Não basta ter mais pessoas com contas bancárias, é preciso fazer com que utilizem os sistemas digitais de pagamento e aí, claramente, entramos na área da tecnologia, em conceitos novos e numa maneira nova de abordar o cliente”, anuiu João Gaspar.
As empresas de tecnologia ligadas ao sector financeiro “são o elemento disruptivo que podem trazer valor”, com novos serviços, por exemplo, através de aplicações móveis, acrescentando inovação e facilidade de uso ao que os bancos tradicionais já oferecem.
Refira-se que a criação da associação hoje lançada, contou com o apoio da Financial Sector Deepening Moçambique (FSD Moçambique), uma organização de promoção de inclusão financeira que tem impulsionado a criação de ‘fintechs’ no país.