A economia nacional cresceu 2,2% em 2019, sendo o valor mais baixo da última década numa tendência de abrandamento, de acordo com dados do boletim de contas do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados recentemente.
Os dados, relativos ao quarto trimestre do ano passado, permitem calcular a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019.
A taxa de crescimento de 2,2% compara com 3,4% em 2018, 3,7% em 2017 e 3,8% em 2016, o ano em que se registou a maior queda – até 2015 a economia crescia acima de 6% ao ano.
Números divulgados no Boletim de Contas Nacionais relativas ao quarto trimestre e ano de 2019 indicam, por exemplo, que em 2012 a economia de Moçambique cresceu à taxa de 7,3%, tendo desde então e ressalvando 2014, com 7,4%, vindo a desacelerar até atingir 2,2% em 2019.
Desagregando 2019 por trimestres, verifica-se que a economia de Moçambique cresceu 2,5% no primeiro, 2,3% no segundo, 2,01% no terceiro (que foi revisto em alta de 0,02 pontos percentuais) e finalmente 2,03% no quarto trimestre.
O desempenho da actividade económica no quarto trimestre de 2019 é atribuído em primeiro lugar ao sector terciário que cresceu em 1,5%, com maior destaque para o ramo de serviços financeiros com crescimento na ordem de 5,6%, seguido dos ramos de Transportes, Armazenagem, Actividades auxiliares dos transportes, Informação e Comunicações com um crescimento na ordem de 3,17%.
Ocupa a segunda posição o sector primário com um crescimento de 0,72%, sendo que contribuíram para tal, o ramo da Pesca com 4,1%, coadjuvado pelos os ramos da Agricultura, Pecuária, Caça, Silvicultura, Exploração florestal e Actividades relacionadas registaram um crescimento na ordem de 1,4%.
O sector secundário teve um comportamento contrário, registando um decréscimo na ordem de -0,87%, induzido pela indústria transformadora que registou um decréscimo na ordem de -2,6%.
O abrandamento em 2019 já tinha sido antecipado por analistas, considerando os efeitos dos ciclones Idai e Kenneth, e todas as previsões apontam para um crescimento contínuo a partir de 2020, graças ao avanço dos mega-projectos de gás natural na Bacia do Rovuma.