As Demonstrações Financeiras Consolidadas da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), referentes ao exercício económico que terminou a 30 de Junho de 2018, apontam para uma perda de receitas na ordem de um bilião de meticais, se comparadas com as de 2017, quando a empresa registou 2,7 biliões de meticais.
Nas Demonstrações, publicadas em finais de 2019, não vinha expressa a razão da redução dos resultados líquidos. Mas, recentemente, o Presidente do Conselho de Administração da ENH, Omar Mithá, revelou que a queda das receitas resultou da fraca venda de gás natural, particularmente a Central Térmica de Ressano Garcia (CTRG), através da empresa Electricidade de Moçambique (EdM).
“O que impactou bastante na redução do lucro é que temos [anualmente] 10 milhões de Giga Joules de gás natural que são vendidos a CTRG, mas a EdM não estava a tomar, o que quebrou a linha de receitas porque o produto deixou de ter comprador. Enquanto isso nós tinhas obrigações com os nossos fornecedores, a SASOL e CMH, que é nossa subsidiária, com que temos contratos firmes de fornecimento”, explicou.
“Geralmente a EdM não paga a tempo alguns projectos”
O PCA também reconhece a dívida, reportada em 2018, avaliada em 780 milhões de meticais aos fornecedores.
“Geralmente a EdM não paga a tempo alguns projectos como CTRG, Kuvaninga, Gigawatts, e, como consequência custa-nos também pagar a tempo aos nossos fornecedores”, esclareceu.
Refira-se que nas Demonstrações Consolidadas, consta que até 30 de Junho de 2018, a empresa detinha um activo total de 109,9 biliões de meticais, contra 54,9 biliões registados no ano anterior. O relatório demonstra ainda que os passivos da ENH, em 2018, eram de 92,1 biliões de meticais, contra 38,6 milhões referentes do ano anterior.
Mesmo perante dívidas e baixo rendimento, o Conselho de Administração da empresa afirma que num futuro próximo, o Grupo tem capacidade para continuar a operar com a devida observância do pressuposto da continuidade.