O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu a previsão de crescimento da economia de Angola, antecipando agora uma contracção, este ano, de 1,1%, e um crescimento de 1,2% no próximo ano, menos de metade do previsto.
De acordo com a análise detalhada à segunda revisão do Programa de Financiamento Ampliado em curso no país, a economia deverá ter uma nova recessão, de 1,1%, em vez de um crescimento de 0,3% anteriormente estimado, e em 2020 deverá crescer apenas 1,2%, e não os 2,8% previstos Junho.
Os analistas do FMI reconhecem que “a actividade económica é mais fraca que o esperado”, indicando que “relativamente às projecções da primeira revisão, o crescimento será mais baixo em 2019 e 2020 devido à produção petrolífera abaixo do esperado”.
O Governo angolano prevê um crescimento do PIB de 1,8% em 2020, baseando-se na recuperação petrolífera
No entanto, acrescentam, “a actividade económica vai recuperar gradualmente, a partir de 2020, apoiada num crescimento moderado da economia não petrolífera”, e a partir de 2021 o crescimento será ainda maior, à volta dos 3%, “parcialmente por causa de uma base de partida mais baixa para o PIB [Produto Interno Bruto] petrolífero e pelos efeitos positivos não só da liberalização da taxa de câmbio, mas também do PIB não petrolífero”.
Para o próximo ano, o Governo angolano prevê um crescimento do PIB de 1,8%, depois de uma contracção de 1,1% este ano, baseando esta previsão na recuperação de sector petrolífero, que deve crescer 1,5%, e no não petrolífero, que deverá acelerar de 0,6% este ano para 1,9% no próximo ano.
Na segunda análise do programa de ajustamento financeiro, o FMI diz que o desempenho de Angola foi misto, mas ainda assim é feita uma avaliação positiva não só das reformas, mas também do seu impacto na economia e da capacidade do Governo para pagar o empréstimo concedido pelo FMI.
Na avaliação salienta-se que o Governo conseguiu cumprir a maior parte das metas e chegou a acordo com o FMI sobre as que não cumpriu.