O governador do Banco de Moçambique (BM), Rogério Zandamela, anunciou, esta segunda-feira, em Maputo, que a proposta para a criação de um fundo soberano com as receitas do gás vai estar finalizada até o próximo ano.
Falando durante o evento de encerramento do ano económico de 2019, o governador garantiu que “iremos concluir, em 2020, os trabalhos técnicos para a proposta”.
De acordo com Zandamela, a proposta vai ser a base para as discussões políticas para adopção de um fundo para as receitas do gás natural no país.
“Queremos contar com todos intervenientes, incluindo a sociedade civil”
O objectivo é a “implementação de um modelo transparente para a gestão das receitas provenientes dos recursos minerais”, acrescentou.
O responsável do BM garante que a proposta vai incluir a opinião de todos os segmentos da sociedade.
“Queremos contar com todos intervenientes, incluindo a sociedade civil”, declarou.
Em Março deste ano, o Presidente da República, Filipe Nyusi, defendeu que o país deve criar um mecanismo estruturado e de gestão moderna para a poupança das receitas dos recursos minerais, de modo a evitar que as riquezas do país sejam fonte de desastre económico e social.
“Podemos transformar os ganhos de recursos não renováveis em geração de recursos renováveis que irão beneficiar, de forma perpétua, as nossas gerações e as gerações futuras”, disse Nyusi, na abertura da conferência “Preparando Moçambique para a Era do Gás Natural”.
“Iremos concluir, em 2020, os trabalhos técnicos para a proposta”
Moçambique tem reservas de gás natural estimadas em cerca de 270 triliões de metros cúbicos, cuja exploração vai iniciar nos próximos anos, o que obriga o país a preparar-se para o advento de grandes volumes de investimento, alguns dos quais já em curso, e para uma gestão criteriosa das receitas da actividade extractiva, segundo dados da Presidência da República.