O recente fluxo financeiro de 880 milhões de dólares em impostos de ganhos de capital impulsionou o aumento das reservas nacionais em moeda estrangeira para valores nunca antes registados.
O gabinete de estudos económicos do Standard Bank disse, esta segunda-feira (02), que as reservas de Moçambique em moeda estrangeira subiram para 3,9 mil milhões de dólares, o valor mais alto de sempre, devido a impostos do gás.
“Os investimentos no sector do gás natural liquefeito só se vão intensificar na segunda metade do próximo ano”
“O recente fluxo financeiro de 880 milhões de dólares em impostos de ganhos de capital, representando o custo da Occidental-Total pela compra dos activos da Anadarko na bacia do Rovuma, ajudou a aumentar as reservas em moeda estrangeira para o valor mais alto de sempre, 3,9 mil milhões de dólares, o que representa mais de seis meses de importações”, informam os analistas.
Na secção dedicada ao país, do relatório mensal sobre os mercados financeiros africanos, os analistas escrevem que “o actual nível de reservas em moeda estrangeira deve apoiar o metical apesar de a actividade económica continuar abaixo do potencial”.
O Standard Bank prevê uma “recuperação económica lenta”, com o Produto Interno Bruto (PIB) a crescer 2,5% este ano e 3,7% no próximo, “não muito acima do que a taxa de crescimento da população, estimada em 3%, mas mais baixo que a previsão do Fundo Monetário Internacional [FMI], que aponta para uma expansão de 5,5% em 2020”.
As actividades do sector primário “continuam abaixo do potencial, e os investimentos no sector do gás natural liquefeito só se vão intensificar na segunda metade do próximo ano”, defendem os analistas.
As reservas de Moçambique em moeda estrangeira subiram para 3,9 mil milhões de dólares
Em 2020 é “possível um programa de apoio financeiro do FMI”, agora que o acordo com os credores da dívida soberana foi concluído e que as agências de ‘rating’ tiraram o país do Incumprimento Financeiro, dizem os analistas, concluindo que isso “apoiaria um avanço nas reformas estruturais e um fortalecimento em matéria de governação, em vésperas de uma previsível ‘explosão’ do sector do gás”.